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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Dia dos Namorados

Embora já tenha sido à 2 dias, e não tendo eu a mínima pachorra para este dia em particular no qual tinha sempre a força de o gramar porque gostos não se discutem e o amor é mesmo assim, houve um em especial que ainda me lembro, tinha os meus 16 anos quando o namoradito da altura me ofereceu de prenda (teenarger também passa dificuldades económicas) um poema de Almeida Garrett que ainda hoje me lembro, quando comecei a ler fiquei com cara de parva mas ao fim da 1ª quadra logo percebi.


Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma - tenho a calma,
A calma - do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai! não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.

Ora depois de receber uma coisa assim, não era bom que não fosse preciso haver um dia do ano para nos lembrarmos de estimar quem amamos?

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